sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Fundos de infraestrutura são opção de longo prazo

Por Paula Pavon - AE Investimentos

As empresas relacionadas ao setor de infraestrutura entraram no foco da maioria dos investidores muito recentemente, em decorrência de eventos como o pré-sal, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, que exigirão gastos elevados em diversas áreas. Para alguns investidores e gestores de recursos, no entanto, empresas desse setor já estão no alvo há tempos. Até pelos gargalos de infraestrutura do País - em transporte, energia, saneamento, telecomunicações, entre outros - não é tão difícil imaginar que esse segmento pode ser uma boa aposta para os próximos anos. Pela estimativa da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), o País precisa de R$ 160,9 bilhões por ano em investimentos nos próximos cinco anos.

Veja abaixo a continuação da reportagem da AE Investimentos...

O estudo indica que o Brasil deveria investir anualmente R$ 28,3 bilhões em energia elétrica, R$ 75,3 bilhões em petróleo e gás natural, R$ 24,1 bilhões em transporte e logística, R$ 13,5 bilhões em saneamento básico e R$ 19,7 bilhões em telecomunicações. “Temos carência de recursos em vários setores. Com o País crescendo a 4%, 5% ao ano, teremos problemas se esses investimentos não forem feitos”, diz o superintendente da Bradesco Asset Management, Herculano Alves. Atento a esse potencial, o banco lançou, ainda em 2006, um fundo de investimento em infraestrutura, cuja aplicação mínima é de R$ 500 e a taxa de administração, de 4%.

“Com os eventos mais recentes, a procura aumentou”, diz Alves. Atualmente, o fundo acumula patrimônio de pouco mais de R$ 98 milhões e fechou outubro com captação positiva (saldo entre aplicações e resgates) em torno de R$ 1,8 milhão. Os principais setores nos quais o fundo investe são construção civil, energia elétrica, logística e telecomunicações. No ano passado, o fundo caiu menos do que o Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa. Este ano, segundo dados do site Fortuna (www.fortuna.com.br), a aplicação acumula rentabilidade de 56,87% até o dia 29 de outubro, contra 69,69% do Ibovespa no mesmo período.

Sem commodities

Atualmente, ainda são poucos os fundos de investimento com foco em infraestrutura. O do Banrisul, por exemplo, existe desde 2005 e acumula patrimônio líquido de quase R$ 57 milhões. “É um dos fundos de renda variável de maior procura no banco”, diz a diretora de administração da Banrisul Corretora, Helena Biasotto. A aplicação mínima é de R$ 1.000 e a taxa de administração, de 4%. A rentabilidade no ano, até o dia 29, está em 65,36%, pouco abaixo do Ibovespa.

Entre os fundos de infraestrutura, o do Itaú é o que apresenta a carteira de ações mais diferenciada. Enquanto os concorrentes apostam em ações de empresas dos setores de siderurgia, mineração, combustível, entre outras, o fundo do Itaú exclui setores ligados a commodities. “Quem investe nesse fundo está de olho em infraestrutura exclusivamente no Brasil”, diz o gestor do fundo do Itaú Asset Management, Guilherme Rebouças. Por isso, justifica o executivo, não faz sentido incluir esses segmentos ligados ao exterior. “Quando invisto em siderúrgica é pelo crescimento da China, não pelo Brasil”, explica o outro gestor do fundo, Luiz Locchi. A rentabilidade do fundo, por enquanto, acumula o menor resultado entre os concorrentes, de 53,28% no ano.

Toda semana, explicam os gestores, a carteira passa por um rebalanceamento, processo no qual os gestores avaliam as oportunidades e aumentam ou diminuem as posições nos papéis. Atualmente, o fundo tem em carteira ações da Telemar, Vivo, Cemig, Cyrela, Gafisa, Embraer, CCR, entre outras. “O fundo de infraestrutura voltou a atrair investidores por conta do oba-oba das Olimpíadas. Mas, à parte essa euforia, sabemos das necessidades reais do País e o quanto esse setor pode ser beneficiado”, analisa Locchi. A captação do fundo no mês está em pouco mais de R$ 1 milhão. A taxa de administração é de 4%.

Apesar da perspectiva positiva para esse tipo de fundo, os analistas aconselham que o investidor somente aporte recursos pensando no longuíssimo prazo. “Mais do que nunca, nesse caso, vale a regra de pensar nos próximos dois, três anos”, diz o consultor financeiro Mauro Calil. “São projetos que demoram a maturar. Nada que é referente à infraestrutura fica pronto em um mês”, pondera. Outra recomendação é que o investidor só aplique no fundo como forma de diversificação, quando já possui outros tipos de investimento. “Numa emergência, o investidor terá de onde sacar os recursos”, conclui. (Colaborou Yolanda Fordelone)

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Um comentário:

Anônimo disse...

Sobre informações básicas acerca de Fundos de investimentos sugiro esta postagem.

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