domingo, 13 de dezembro de 2009

Algumas conjecturas sobre a bolsa de valores e investimentos para 2010...

- O cenário para o ano de 2010 ainda provoca opiniões divergentes quanto ao desempenho da Bolsa de Valores; alguns especialistas estão otimistas, prevendo que o IBOV chegue aos 85.000 (Link) ou até mesmo aos 114.000 pontos (Itaú). Por outro lado, outros analistas recomendam cautela: Alexandre Wolwacs, da Leandro&Stormer, acredita em quedas e volatilidade no 1° semestre, com possível recuperação no 2° semestre; Fausto Botelho, da Enfoque, também alerta para uma iminente queda do índice da bolsa brasileira, em virtude da alta valorização ocorrida desde a crise de 2008 – prevê, inclusive, que o IBOV possa realizar até níveis mais baixos que os alcançados durante o estouro da bolha imobiliária norte-americana.

- Os estudiosos das Ondas de Elliott acreditam que atualmente o IBOV está na “onda 5”, ou seja, na última pernada do movimento de alta desde o fundo de out/2008 e está prestes a iniciar as três ondas de correção (a, b, c), o que implica dizer que estamos à beira de uma correção mais acentuada.

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- A verdade é que não há como ignorar a fortíssima valorização do Ibovespa neste ano, de quase 90%; além disso, a recuperação, desde a crise de 2008, foi em “V” e aconteceu de forma mais rápida que até mesmo os mais otimistas poderiam prever naqueles dias de extrema tensão nos mercados (quem vivenciou os constantes “circuit breaks” entende o que estou falando...). Nada melhor, portanto, que manter a cautela nos próximos meses, cadastrando “stops” em suas operações de curto prazo, ou até mesmo realizando lucros aos poucos, permanecendo líquido com uma parte do capital. Afinal, com dinheiro disponível sempre surgem oportunidades e a questão da liquidez não deixa de ser uma estratégia de operação na bolsa de valores...

- É interessante pensar em diversificar os investimentos...a velha máxima de “não colocar todos os ovos em um mesmo cesto”. Se você perguntar ao seu gerente de conta, em um banco, provavelmente ele vai indicar opções extremamente conservadoras, como poupança e fundos de renda fixa, a fim de preservar o seu capital (e o emprego dele). Mas é claro que para aqueles já acostumados a operar na bolsa, esse conselho seria colocado “de lado”. No entanto, considere alocar uma fração de seus recursos em fundos multimercado ou de capital garantido (aqueles que aplicam em ações, mas limitam os ganhos, porém, mantendo o seu capital preservado em caso de quedas), que proporcionam boa rentabilidade sem riscos muito extremos; alguns desses chegam a ter um retorno anual por volta de 20%, o que é excelente... ...tudo depende, também, do montante a ser aplicado: para pequenas quantias, geralmente os fundos cobram taxas de adm. muito altas, diminuindo o rendimento.

- Os fundos imobiliários e imóveis pequenos (01 dorm, por exemplo) também se constituem em boa opção de diversificação; os fundos exigem pouco capital, geralmente a partir de R$ 1.000,00, e proporcionam relativa liquidez. Os imóveis têm apresentado boa valorização nos últimos anos, mas pecam pela liquidez mais reduzida; além disso, exigem conhecimento de mercado, no sentido de evitar adquirir um futuro “mico”, o que implicará em perda de valor e até mesmo dificuldade de futura negociação.

- Voltando ao assunto “bolsa de valores”, no site do Portal Exame consta uma reportagem em que o banco JPMorgan divulga um relatório em que prevê um Ibovespa em 85 000 pontos em 2010; porém, ressalta que os riscos ligados à economia brasileira estão ficando cada vez maiores – e podem atrapalhar o desempenho da bolsa no próximo ano. Entre eles, seriam:
- O fluxo de commodities pode virar: em 2009, a captação dos fundos de commodities já soma 50 bilhões de reais, bem mais do que o pico atingido em 2006 de 20 bilhões de reais. A continuidade do dólar fraco pode levar a uma correção no preço das matérias-primas no curto prazo, prejudicando a bolsa brasileira
- Outras medidas inesperadas podem surgir: As tentativas do governo de conter o câmbio, como a cobrança de IOF nas aplicações de estrangeiros, pode atrapalhar. “Não descartamos medidas adicionais, mas elas são pouco prováveis — a não ser que o Real se valorize mais do que as outras moedas de países produtores de commodities”, diz o relatório;
- Os juros devem subir: os economistas do JP Morgan revisaram a projeção de alta da Selic de 2 pontos percentuais para 3 pontos percentuais no próximo ano. “As altas devem ser provocadas pelo forte crescimento (e não pela inflação), mas, mesmo assim, podem causar um impacto nos setores dependentes da economia doméstica”, diz o relatório;
- As eleições são um risco, sim: “O cenário eleitoral em outubro de 2010 e suas conseqüências podem levar a mudanças na política dos principais pilares econômicos, principalmente nos riscos regulatórios de setores como petróleo, mineração e serviços de utilidade pública”, diz o relatório.

- Em outra matéria do site Infomoney, é chamada a atenção para alguns indícios que apontam para a possibilidade do bull market estar com os dias contados. Como argumento, o BNP Paribas relacionou três sinais históricos para alertar sobre esta possibilidade: a recente perda de força das small caps; o fato dos bancos (que sofreram mais) não estarem mais puxando as bolsas no mercado internacional; e o número de empresas que sustentam o rali ser bem menor do que o visto meses atrás. Mesmo diante destas questões, o mercado insiste em subir...

- Durante a Expomoney/ Porto Alegre, um dos palestrantes brincou com o fato de que o mercado acionário vem em movimento de alta desde que o Governo Lula assumiu em 2002...será que a sua saída, ano que vem, implicará no término da atual fase dos mercados...?...

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