quinta-feira, 16 de julho de 2015

Falando dos Fundos de Investimento Imobiliário (FII)...(julho/2015)

   A elevação das taxas de juros no país, em outros tempos, implicavam em uma quase que imediata queda nas cotas dos diversos FII existentes. Mas, como regras existem para serem quebradas, eventualmente, hoje é possível verificar que não houve uma desvalorização generalizada desses fundos, a despeito da curva ascendente dos juros...

   Mas o que estaria ocorrendo, afinal...?
   Apesar dos riscos e volatilidade das cotas no mercado secundário, a verdade é que muitos investidores ainda preferem recorrer aos FII pela sua relativa segurança...afinal de contas, suas cotas são lastreadas em ativos reais – imóveis – onde os fundos são os donos dos imóveis (na totalidade, ou uma fração considerável destes) que geram a renda...

   O retorno mensal – Dividend Yield (DY) – desses FII estão girando na faixa de 0,7 a 1,2% (considerando o momento atual – Julho de 2015), tratando-se de algo significativo, pois esses rendimentos são isentos de Imposto de Renda (IR). A possibilidade de negociação de pequenos valores também atrai uma leva de pequenos investidores, que costumeiramente reaplicam os rendimentos, direcionando para aquisição de mais cotas...

(segue abaixo a continuação da postagem, incluindo o gráfico do IFIX)

   É claro que as taxas de juros atuais proporcionam uma gama variada de produtos, com baixo risco, que concorrem diretamente com o mercado de FII. Apenas para citar, temos as LCA e LCI, também isentas de IR, que oferecem ótimas taxas mensais...a única desvantagem foi uma medida do Governo Federal, que impôs às instituições bancárias uma carência para saques de, no mínimo, 60 dias....algo que influenciou diretamente na liquidez desse tipo de aplicação...

   O próprio Tesouro Direto oferece uma gama de produtos com baixo risco e rendimentos excelentes, que superam em muito a tradicional poupança... ...logicamente, há que se ter cuidado com os prazos da aplicação e com a volatilidade no curto prazo. O ideal é manter o título até o seu vencimento, a fim de evitar sobressaltos e perdas de capital...

   Voltando aos FII, o investidor inexperiente tem que tomar muito cuidado com os vários tipos de fundos disponíveis – lajes corporativas, escritórios, Shoppings, galpões Logísticos, Hospitais, agências bancárias, entre outros.

   A crise que assola o país, atualmente, aliada ao excesso de oferta de imóveis, em algumas regiões, também é um fator de risco aos FII. Temos vários exemplos de fundos que tiveram seus rendimentos reduzidos em função de renegociações com os locatários...e em época de crise, é melhor reduzir o aluguel e garantir um bom inquilino, do que perdê-lo e amargar uma vacância... ...aliás, essa vacância é outro problema sério vivenciado por vários fundos... ...e todos esses fatores influenciam diretamente na alta ou baixa das cotas negociadas no mercado.

   Há que se considerar o risco iminente do Governo, em algum momento, decidir tributar os rendimentos desses FII – algo que seria crucial para gerar mais volatilidade e possíveis quedas nas cotas desses ativos...

   De forma geral, os FII proporcionam rendimentos interessantes; porém, são indicados àqueles que são mais propensos ao risco e à volatilidade de seus investimentos, pois são enquadrados mais como Renda Variável do que Renda Fixa. É válido como diversificação, a fim de diluir os riscos; porém, no atual momento, em que os juros ainda insistem em subir, é recomendada exposição reduzida a esse mercado, aguardando uma janela de oportunidade melhor à frente...

   Segue, abaixo, o gráfico semanal do IFIX, que é o índice de Fundos de Investimentos Imobiliários na BM&F Bovespa:
     * note que o IFIX vem em franca valorização desde o mês de março, rompendo importante resistência situada na casa dos 1430,00; no entanto, é notório que os volumes estão decrescentes nas últimas semanas...

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